Se alguma vez nos perguntarmos como será o futuro, tudo o que temos a fazer é olhar para o nosso passado e observar o quão longe avançamos desde milhares, centenas ou mesmo décadas atrás. A vida era radicalmente diferente naquela época e será tão diferente no futuro. E como sabemos que o futuro apenas se parece com o presente, temos a possibilidade de moldar o nosso futuro da maneira que quisermos. O mais recente livro publicado pela TASCHEN do BIG, Formgiving - Uma história do futuro arquitetônico explora o passado, o presente e o futuro, desenhando uma linha do tempo do ambiente, desde conceituar até construir a forma.
A primeira colaboração da TASCHEN com o grupo BIG foi para produzir o livro Yes is More. An Archicomic on Architectural Evolution, um manifesto cômico dos novos conceitos de arquitetura do escritório de arquitetura. A segunda publicação Hot to Cold. An Odyssey of Architectural Adaptation, é um livro que explora estudos de caso de adaptações arquitetônicas em ambientes críticos e extremos.
Formgiving. An Architectural Future History, é a mais recente edição da trilogia BIG da TASCHEN. O livro leva os leitores a um olhar exploratório dentro do processo de pensamento inovador do BIG e de sua arquitetura monumental. A monografia traça uma linha do tempo de como o mundo tomou forma desde o início da história, até os tempos atuais, e ao utilizar essa mesma trajetória, prenuncia como será o futuro. A nova edição aborda o desenvolvimento da inteligência, sustentabilidade, migração e arquitetura, para dar forma ao mundo futuro em que queremos viver.
Como arquitetos, temos o poder de dar forma, de ir além do que nos foi pedido e dar ao mundo um presente que torna o mundo um pouco mais como desejamos que ele seja. - trecho de Formgiving
O livro começa com uma citação de William Gibson afirmando que "O futuro já está aqui, só não está distribuído de maneira muito uniforme". Seguindo as palavras de Gibson, a monografia explora como já podemos moldar o futuro com base na observação de nosso passado. Em outras palavras, sabemos como será o futuro — temos o poder de dar forma a ele, e usar esse poder, ao invés de permitir que o futuro seja criado por conta própria. Isso é crucial, pois nosso impacto no planeta continua a representar desafios para todos os seres vivos.
Para visualizar como o mundo evoluiu desde nossos ancestrais, o livro é dividido em uma linha do tempo que descreve o passado, o presente e o futuro. O livro fala sobre o passado através de seis verbos de ação: fazer, sentir, sustentar, pensar, curar e mover, o presente por meio de palavras-chave que definem os projetos do BIG: o oxímoro, o raio-x, a resposta, a reencarnação, o eixo Z , o simbiote, a produtividade, a biofilia, a intimidade coletiva e o mindpool, e quanto ao futuro, o livro explora a vida no espaço sideral com capítulos sobre: a Lua, Marte e a Terra. Cada fragmento no tempo é complementado com projetos do portfólio do BIG, que exploram ainda mais seu cronograma designado.
Para explorar a noção do presente como o poder pró-ativo da arquitetura, organizamos nosso trabalho de acordo com os presentes que eles nos dão. Para seus usuários. Para sua vizinhança. Para a cidade. Para a paisagem. Para o ambiente. Para o mundo. E para o futuro. - trecho de Formgiving
O passado se inicia com uma linha do tempo em desaceleração, que vai desde o Big Bang até os dias atuais. Uma das palavras-chave mais proeminentes em toda a monografia é evolução; a evolução da matéria, a evolução de sentir, pensar, mover, etc. Todos os seis verbos de ação incluídos no capítulo Passado, e como eles evoluíram, nos permitem criar um elo entre o passado, o presente e o futuro. Esses verbos de ação são vistos como trajetórias na monografia, permitindo-nos “colocar um olhar firme no horizonte do tempo para evitar que sejamos descarrilados pelas distrações aleatórias de hoje”.
A arquitetura define espaços que se tornam fragmentos do futuro em formação. À medida que a linha do tempo do livro chega ao presente, o leitor se depara com uma seleção de projetos construídos pelo BIG em todo o mundo. Esses projetos construídos já foram modelos 3D, esboços e desenhos, todos dispostos nos quatro escritórios do estúdio em Copenhague, Londres, Barcelona e Nova York. Antes de se transformarem da imaginação em realidade, eram fragmentos do que então se considerava o futuro. Os modelos e esboços que estão sendo criados hoje são o futuro em construção — não definitivamente, mas potencialmente.
Quanto ao futuro, o livro explora a vida além de nossos limites atuais com uma visão voltada para a vida no espaço sideral. O capítulo final analisa os aspectos geográficos, fisiológicos e ambientais da lua, Marte e da Terra e propõe meios de mudar nosso ambiente construído para corpos extraterrestres, ou como podemos sustentar a vida em nosso planeta. O Grupo Bjarke Ingels tem familiaridade com as propostas arquitetônicas fora do nosso planeta. Em uma palestra recente no TED, Bjarke Ingels apresentou o projeto Mars Science City. A cidade de $140 milhões de dólares pretende servir como um “modelo viável e realista” para a simulação da ocupação humana da paisagem marciana.
Embora não possamos prever o estado exato da próxima década, podemos propor como a imaginamos, o que se torna um primeiro passo na formação de nosso futuro. Formgiving explica que, independentemente de quão limitado ou mínimo nosso impacto possa parecer, o esforço de um indivíduo soma 8 bilhões de impactos coletivos, que terá uma diferença definitiva. Com isso em mente, nosso futuro é a manifestação do hoje, e nós somos seus arquitetos, então como projetamos nosso futuro?
Formgiving. An Architectural Future History está disponível com o código de referência do ArchDaily.